sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Parque natalino de Gramado exibe renas e Papai Noel o ano inteiro

Natal em julho, que tal? Ou em janeiro de novo, pouco depois da data oficial. Nos meses de inverno, a geada branca que cobre a Serra Gaúcha combina com a neve artificial que diverte crianças e adultos na Aldeia do Papai Noel, um parque temático de 90.000 metros quadrados no centro de Gramado, aberto o ano todo. Na primavera e verão, a neve de espuma refresca, os jardins e bosques de pinheiros ganham a cor azul das hortênsias e Papai Noel continua lá, firme, manhã e tarde, de segunda a domingo, esperando o abraço dos visitantes. As seis renas trazidas do norte da Europa, da espécie cervo-nobre, também dão plantão o ano inteiro.


Papai Noel abraça Natalina, uma fêmea de cervo que lembra o personagem
Bambi, na Aldeia do Papai Noel


Entre os parques que funcionam nas quatro estações, a Aldeia do Papai Noel é o único parque natalino do Brasil e, segundo os administradores, também é único no hemisfério sul. A Finlândia possui uma estrutura de lazer semelhante na cidade de Rovaniemi, na Lapônia. No parque de Gramado, as atrações que os visitantes conferem no auge do período natalino – a Fábrica de Brinquedos, a Praça da Neve, o Chalé dos Ursos, o Jardim dos Elfos e a Casa do Papai Noel, entre outras – permanecem abertas com a mesma decoração e trilha sonora em todos os meses do ano.

O Papai Noel interpretado por Armando Brocksch, um senhor de 71 anos de barbas brancas naturais, já acumula milhares de horas na função de símbolo vivo no Natal. Ele trabalha há 10 anos na Aldeia do Papai Noel, de quinta a terça, com folga nas quartas-feiras, quando é substituído por outro funcionário de barbas brancas, botas pretas, roupa e gorros vermelhos e disposição para afagos e pose para as fotos. Brocksch era jardineiro do parque quando faleceu o Papai Noel titular. “Me botaram aqui pra quebrar o galho e estou aqui até hoje”, conta. Antes de encarnar a figura mágica dos sonhos infantis, trabalhou como agricultor e operário em usina de leite e fábrica de calçados. Na noite da última terça-feira, terminado o expediente, ele deixou o parque vestindo uma reluzente camisa azul.

Meninas se divertem com a neve artificial, feita de
espuma, na Aldeia do Papai Noel
 “Quando as crianças chegam aqui e enxergam as renas, elas acreditam em Papai Noel”, afirma a diretora do parque, Janilce Almeida. Protegidos por um cercado de telas altas, os grandes cervos importados da Europa, que pesam entre 150 kg e 300 kg, chegaram a Gramado em 2006, oito anos após a instalação da Aldeia do Papai Noel na área do Parque Knorr. O nome homenageia Oscar Knorr, o imigrante que criou o parque em 1940 e cultivou o terreno com centenas de pinheiros alemães, entre eles a espécie Cunninghamia lanceolata, de formato triangular, como as árvores de Natal.

As renas são todas do sexo masculino e trocam a vistosa galhada regularmente. Neste Natal, os machos ganharam a companhia, em outro cercado, da fêmea Natalina, um cervo de tamanho menor e traços delicados, que come na mão dos tratadores e lembra o personagem Bambi. De brincadeira, um cartaz informa que as renas têm treino de voo todos os dias, às 11h, afinal o trabalho delas é puxar trenó cheio de presentes pelos ares. A informação não convenceu a pequena Luana, que visitava o parque com a família esta semana. Ela enxergou aqueles mamíferos de quase 300 kg trotando na terra do cercado e foi taxativa: “Essa rena não voa!”

A diretora da Aldeia do Papai Noel explica que a imagem ficcional da rena voando surgiu da grande disposição e talento do bicho para o salto. Quando soltas em ambiente selvagem, as renas podem saltar como se fossem cavalos em competições olímpicas. No parque temático, as renas em suspensão, distantes vários metros do solo, são esculturas grandes e brancas, em tamanho natural, nas proximidades da Pirâmide de Natal e da Árvore dos Desejos.

Com 14 m de altura, a Pirâmide representa uma tradição alemã de afastar as calamidades colocando pequenas pirâmides nas janelas das casas, movidas pelo calor das velas acesas. E a Árvore dos Desejos é outro recanto bastante especial do parque temático, por reunir milhares de pedidos que os visitantes escreveram em pedacinhos de madeira. Vale pedir um amor, um emprego, mais saúde, uma casa nova, um tablet... Ao longo dos anos, os pedidos resistiram, ao ar livre, à chuva, vento, geada, neve, calor.  “Temos essa energia acumulada de todos que passaram por aqui”, diz Janilce Almeida.

Em Gramado, na Aldeia do Papai Noel, as renas que puxam trenó parecem voar

As trilhas na mata e atrações da Aldeia do Papai Noel podem ser percorridas em cerca de hora e meia. Há um mirante para o Vale do Quilombo, lojas de suvenires e dois pontos de venda de água mineral, refrigerantes e bolos. Na tarde quente da última terça-feira, um grupo de adultos que acompanhava crianças reclamava da falta que uma cerveja gelada faz num lugar tão bonito, com sombra de pinheiros por todos os lados, bancos de madeira ou pedra e umas poucas mesas de plástico cobertas por guarda-sóis. Ali não são vendidas bebida alcoólicas. E, em meio ao clima de consumo prolongado das festas de Natal, a Aldeia também impressiona pela ausência de placas de merchandising. Trata-se de um parque natalino que permite descansar do estresse do Natal.

Neste temporada, o Natal Luz, festival de Gramado com programação diária de desfiles, ópera no lago, espetáculos de teatro e música, teve início em 3 de novembro e prossegue até 15 de janeiro. A Aldeia do Papai Noel seguirá aberta no Carnaval, na Páscoa, nas festas juninas, no Dia da Criança etc. Na Fábrica dos Brinquedos, ao lado das cadeiras do Papai Noel e dos turistas que o abraçam, a contagem regressiva escrita com giz em quadro negro recomeça nos próximos dias: “Faltam 365 dias para o Natal”.


SERVIÇO
Aldeia do Papai Noel
Rua Bela Vista, 353, centro de Gramado, tel: (54) 3286-7332
www.papainoel.com
Aberto todos os dias, das 10h30min às 18h30min. Nos meses de julho, dezembro e janeiro, o parque pode ficar aberto até as 21h, sendo que a bilheteria fecha 30 minutos antes do encerramento das atividades.
Ingressos: R$ 8,00 (visitantes com 60 anos ou mais); R$ 12,00 (crianças com até 1,20 m de altura) e R$ 16,00 (adultos)



Fonte: UOL

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